Uma empresa é construída por meio de investimentos, tecnologia, conhecimento e, claro, pessoas. Ninguém consegue montar um negócio completamente sozinho. No mínimo, você vai precisar falar com clientes e fornecedores, mas a regra é que os empreendedores chamem gente para trabalhar com eles. Isso sempre foi assim. 

Mas, nos últimos anos, a maneira de encontrar as pessoas certas mudou um pouco: agora, damos mais importância às  características individuais dos candidatos, aquelas que vão além da faculdade que fez ou onde trabalhou. 

E as mudanças não param por aí. Já não é novidade olharmos para startups super descoladas, com ambientes leves e promessas de um trabalho sem a pressão dos escritórios tradicionais. Elas fazem isso para atrair jovens talentos, que estão cada vez mais preocupados em ter suas soft skills valorizadas e desenvolvidas. 

Mas, afinal, o que são essas soft skills e por que elas ganharam tanta relevância no mercado de trabalho? 

Enquanto temos as habilidades técnicas – chamadas de hard skills –, as soft skills estão relacionadas ao comportamento dos colaboradores. São habilidades como lidar com conflitos, proatividade e bom senso. 

Dar uma olhada na história nos ajuda a entender o motivo de elas estarem em evidência hoje. Em um mundo sem internet, onde a economia era movida, principalmente, pelo trabalho braçal, o comportamento do funcionário não era tão importante quanto o resultado que ele entregava. Essa dinâmica já não existe mais. 

Hoje em dia, há muito mais diálogo entre os colaboradores – muitos de nós têm a impressão de estar participando de mais reuniões por semana, não é mesmo? Trocas de experiências é, definitivamente, o que não falta. 

Além disso, houve uma transformação profunda na ideia de hierarquia dentro das empresas. O patrão que impõe medo em seus funcionários  já é – ou deveria ser – passado. Precisamos ainda observar como a percepção das novas gerações sobre autoridades mudou. Há muito mais diálogo com os pais, professores e chefes.

Essa dinâmica, que não é tão nova, mostra a importância de pensar nas soft skills em toda a jornada dos funcionários na empresa. Afinal, é selecionando bem e desenvolvendo as habilidades comportamentais dos seus colaboradores que a empresa vai conseguir um ambiente de trabalho melhor e resultados mais expressivos. 

Mas, então, como medir as soft skills? 

Essa continua sendo a grande dificuldade.

Um dos motivos para termos priorizado por tanto tempo as hard skills é que elas são mais fáceis de mensurar. Podemos analisar currículos e saber tudo o que o trabalhador pode fazer pela empresa. Essa dinâmica não acontece apenas no trabalho, mas na vida, em geral. Quantas vezes não mensuramos o sucesso de alguém pela quantidade de dinheiro, e não por seu caráter? É mais fácil olhar números do que conhecer uma pessoa. 

Por outro lado, quando tentamos medir as soft skills, podemos sair frustrados. Em uma entrevista de emprego, o candidato pode simplesmente dizer o que quer sobre suas características pessoais. Afinal, não há como saber se ele está falando a verdade, não é mesmo? 

Ainda não temos todas as respostas sobre as habilidades comportamentais e talvez isto não seja possível, justamente porque somos muito diferentes e será difícil catalogar e medir as características de cada um, como fazemos com as habilidades técnicas. 

Um bom começo é olhar para as pessoas no ambiente de trabalho com mais sensibilidade. A visão de que os funcionários só servem para produzir algo e precisam reprimir suas emoções o tempo todo já não cabe no mercado de trabalho. 

Ter esse tipo de reflexão que estou propondo neste artigo com as lideranças das empresas certamente ajuda. Alguns gestores podem se comportar “à moda antiga” porque nunca pararam para pensar na transformação pela qual o mercado passou, mas ajudar suas equipes a desenvolver soft skills irá aumentar a sinergia entre os times, melhorar a produtividade e, consequentemente, fazer com que a empresa seja mais eficiente – coisa que durante a pandemia se tornou ainda mais importante. 

Em resumo …

É claro que também existem aqueles que não gostam de valorizar soft skills no ambiente de trabalho. Estes, precisam saber que a dinâmica do mercado mudou e os negócios já não são feitos como antigamente. Em um mundo de rápidas transformações, insistir num modelo do século passado é perigoso.

Em resumo, é essencial entender que uma nova geração de líderes têm entrado no mercado e, com ela, novos métodos de gestão. Nesse sentido, cada vez mais, as soft skills têm chamado atenção e se destacado na hora da contratação e da formação de um profissional. Então, vale a pena ficar de olho no futuro, você não acha?  

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